Quando ela disse "Vai por mim, meu nego,
a vida enguiça, o corpo trinca só"
naquela tarde de verão, de móveis
a emprestar seu turbilhão de pejo
a seis sofistas moribundos loucos,
devia ouvir a sua imunda orgia
vocabular e esparzir tranquila
e cavalar dose de azia moura
na cara torta que ela faz pra mim.
Que mulherzinha mais chinfrim e azeda!
Só porque bebo, porque fumo, sim,
todas as noites e estou velho e trouxa
e o escambau, não vou passar por besta
co'essas ideias ressentidas, frouxas.
José Malhoa, Os bêbedos, 1907
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